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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Quando o sonho de imigrar para Portugal vira pesadelo


No seu mais recente disco, Bandeira da Fé, Martinho da Vila gravou uma música em homenagem aos novos imigrantes brasileiros em Portugal. Em Fado das Perguntas, o sambista conta a história de um sujeito que disfarça o sofrimento com as baixas temperaturas do inverno e com a solidão dentro de uma tasca. “Tudo bom, nada mal”, diz a letra.

Na realidade de parte dos mais de 100 000 brasileiros que hoje vivem do outro lado do Atlântico, não está nada bom. Em vez de pastel de bacalhau, queijo da Serra ou amêijoas, o que essas pessoas andam experimentando no país-­irmão é o gosto da desilusão. A gerente comercial Marina Lamar, de 28 anos, integra esse grupo. “Mudamos para tentar melhorar de vida”, conta ela, que chegou a Lisboa em setembro de 2018, com o marido, os filhos de 1 e 9 anos e grávida do terceiro. “Hoje vivemos pior que no Brasil.”

A família de Marina tinha uma rotina simples em Vitória, no Espírito Santo, mas conseguia viajar (“parcelando mil vezes no boleto”), ter carro, animais de estimação, vida social. A decisão de deixar o Brasil foi motivada pelo medo da violência e pelo desejo de proporcionar um ensino gratuito de qualidade aos filhos. Após um tempo vivendo na casa de amigos, o casal resolveu batalhar por um endereço só da família.

Como o preço dos aluguéis na capital é muito alto (não se consegue nada por menos de 4 600 reais nos melhores bairros), os dois começaram a procurar lugares mais afastados. Depois de morarem em um quarto de hostel e em uma quitinete infestada de percevejos, conseguiram alugar um apartamento de dois quartos numa cidade a 20 quilômetros do bairro de Lisboa onde o marido trabalha como garçom.

“Passados seis meses, a senhoria pediu o imóvel. Fiquei sem chão”, lembra Marina, que hoje mora de favor no apartamento de uma amiga, enquanto espera sair o passaporte do filho que nasceu em Portugal para retornar a Vitória. “Chegamos ao limite”, desabafa. Para cruzar o Atlântico de volta, Marina conta com a ajuda de parentes do casal que estão se cotizando para pagar as cinco passagens de avião.
© Daryan Dornelles/. NO PREJUÍZO – Nathalia: dificuldades para pagar o aluguel da loja no Porto








A onda de desencanto representa a ressaca pós-inundação migratória. Depois do êxodo em direção a Miami a partir dos anos 90, Portugal virou o eldorado para muitos que buscam uma fuga de problemas como a violência e o desemprego. Em 2018, a comunidade de brasileiros no país europeu chegou ao número de 105 000, 23,4% superior ao total registrado em 2017.

Novamente, o Brasil liderou o número de títulos de residência emitidos, 28 210, e representa o país natal de 21% dos imigrantes que vivem por lá. Para os mais endinheirados, o governo local oferece vantagens até mesmo para conseguir a nacionalidade, e o mercado imobiliário constrói condomínios sob medida, com casas a partir de 2 milhões de reais e adaptações como cômodos para empregadas, espaços que não existem nas residências das famílias portuguesas.

Para quem não tem o mesmo colchão financeiro e arrisca tudo na mudança, há o grande perigo de trombar com a barreira da tímida economia portuguesa. O PIB, equivalente a 900 bilhões de reais, é menos que a metade da economia do Estado de São Paulo (2,2 trilhões) e deve crescer 1,9% em 2019, segundo estimativas oficiais. “Nem sempre o processo migratório é bem-sucedido, às vezes por falta de informação antes da viagem, expectativas não condizentes com a realidade ou dificuldades de integração”, afirma Luís Carrasquinho, responsável em Portugal pelo Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração (ARVoRe).

A iniciativa não só banca a volta de expatriados sem condições de arcar com o custo das passagens como dá um incentivo financeiro para a reintegração no mercado de trabalho do país de origem. Desde 2007, o Brasil é a na­ciona­lidade mais representativa no ARVoRe — e, nos últimos anos, o número de pedidos de ajuda de brasileiros vem aumentando. Em 2017 foram 335 solicitações e em 2018 elas chegaram a 616. Em 2019, até agosto, o ARVoRe já havia recebido 418 candidaturas.
© Daryan Dornelles/. CONSELHEIRO – Marinho: consultoria para quem quer empreender no país








A goiana Claudine Alves, de 40 anos, foi uma das pessoas que se beneficiaram do programa. Ela desembarcou em Lisboa em dezembro de 2017 com os dois filhos, então com 7 e 16 anos, para encontrar o marido, que vinha de Londres. Claudine vendeu o carro e os móveis antes de sair do Brasil e levou as economias para ajudar no recomeço. Na chegada, o primeiro choque foi térmico. Dos 39 graus de Goiânia, eles foram para 4 graus.

O marido, que havia conseguido emprego na construção civil, acabou sendo dispensado com a diminuição de obras no inverno. Enquanto o casal penava para encontrar trabalho, as economias trazidas do Brasil eram queimadas no aluguel e nas despesas da casa. Nas vésperas do Natal, os dois deram duro numa confeitaria fazendo bolo-­rei, doce típico das festas de fim de ano portuguesas. Na hora do pagamento, tomaram um calote. “Uma brasileira que contratava os funcionários sabia que não tínhamos documentos e disse: ‘Não vou pagar nada, não. Se quiserem, reclamem na polícia’.” Nos meses seguintes, Claudine conseguiu bicos num café e numa empresa de limpeza. Mas o que ganhava era muito abaixo das despesas.

“Em cinco meses, a gente se viu numa situação desesperadora, à beira do despejo, com a proprietária dizendo que ia arrombar a porta e nos expulsar. Era muita humilhação”, conta. A família acabou salva pelo ARVoRe. Um mês depois de se candidatar ao programa, estava voltando para casa.

Embora tenha uma taxa de desemprego baixa (6,7%) em comparação com a trágica realidade brasileira (12,5%), Portugal está longe de ser um oásis para quem procura trabalho — e os estrangeiros sofrem mais ainda com essa dificuldade. A relações-­públicas carioca Ana Duarte, de 43 anos, chegou a Lisboa em 2016 e guarda no notebook os mais de 300 e-mails que enviou com seu currículo desde então. Apenas sete empresas retornaram, das quais só uma era em sua área de atuação — e ela não ficou com a vaga.

“Quando terminar meu mestrado, vou tentar uma bolsa em outro país europeu”, conta. Na falta de encontrar um emprego qualificado, a administradora Nathalia de Lima, de 32 anos, investiu cerca de 50 000 reais para montar com o marido, engenheiro de produção, uma loja de frutos secos caramelizados e doces em uma das estações de metrô mais movimentadas da cidade do Porto. As vendas iam bem, porém não o suficiente para pagar o caro aluguel do imóvel. “Tentamos negociar o valor da locação, mas o administrador foi irredutível”, diz Nathalia, que atualmente tenta recuperar o investimento vendendo o estoque pela internet.

No momento, há vagas sobrando para setores específicos, como o de tecnologia de informação. Portugal criou um visto especial para atrair talentos da área das mais diferentes partes do mundo. Neste ano, até julho, 284 brasileiros obtiveram o documento, de um total de 338 autorizações. Muitos que têm qualificação acabam trabalhando no país como motorista de Uber ou motoboy para sobreviver.

© Cristiano Mariz/. DE VOLTA – A goiana Claudine com a família: retorno ao Brasil depois de calote no trabalho e ameaça de despejo

















Em busca de uma saída, alguns brasileiros começaram a ganhar dinheiro oferecendo serviços à grande comunidade de conterrâneos expatriados, como o de bufê de festa infantil caprichada, um negócio estranho às famílias portuguesas. O empresário paulista Marinho Ponci, de 52 anos, por sua vez, criou uma consultoria no Porto para brasileiros interessados em montar negócios por lá. Para quem pensa em empreender, ele dá duas dicas: paciência e reserva financeira de pelo menos dois anos. “O primeiro ano é terrível; no segundo, entende-se o mercado; e no terceiro o negócio pode deslanchar”, afirma. Para quem desembarca com urgência em ganhar a vida em euros, alerta o consultor, é grande o risco de o sonho português virar um pesadelo.



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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Bispo Edir Macedo diz que a mulher não pode ter mais estudos que o marido

O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus explicou porque não deixou as filhas irem para a faculdade e vídeo tornou-se viral na Internet.

Bispo Edir Macedo
Reprodução Instagram, DR































O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da rede Record, Edir Macedo, foi um dos nomes mais comentados nas redes sociais nestes últimos dias e não pelas melhores razões. "Medieval""Preconceituoso""Machista", estas são algumas das palavras que se fazem soar nas redes sociais.
Num vídeo que anda a circular pela Internet, nomeadamente no Twitter, vê-se o bispo a falar, durante um dos seus cultos, sobre a educação das filhas, Cristiane e Vanessa, que aparecem nas imagens acompanhadas com os respectivos maridos. A polémica: não permitiu que fossem para a faculdade justificando que não poderiam ser mais inteligentes que os futuros maridos.
Edir Macedo conta ainda que quando se mudou juntamente com a família para os Estados Unidos (EUA) disse às filhas que elas só iriam estudar até ao ensino médio (o ensino secundário). "Vocês vão fazer só o ensino médio, vocês não vão fazer a faculdade. Porque você se formar numa determinada profissão, você vai servir a si mesmo, você vai trabalhar para si. Mas eu não quero isso. Eu quero que vocês sirvam a Deus. Não estou contra vocês estudar não, mas no caso delas eu não as criei para servirem a si mesmas, eu as criei para servir o Senhor", disse, em palco, fazendo-se acompanhar também pela mulher, Ester.
"Você vai fazer até o ensino médio. Depois, se você quiser fazer a faculdade, você que sabe, mas até o seu casamento você vai ser apenas uma pessoa de ensino médio. Porque se a Cristiane... vem cá, Cristiane", afirmou, aproximando-se da filha.
"NA MINHA VISÃO, SE ELA FOSSE DOUTORA E TIVESSE UM GRAU DE CONHECIMENTO ELEVADO, E ENCONTRASSE UM RAPAZ QUE TIVESSE UM GRAU DE CONHECIMENTO BAIXO, ELE NÃO SERIA O CABEÇA. ELA SERIA A CABEÇA. E SE ELA FOSSE A CABEÇA, NÃO SERVIRIA A VONTADE DE DEUS", REFERE.
O bispo criticou homens que são gentis, dando o exemplo daqueles que abrem a porta do carro para as suas esposas, referindo que sempre quis que as filhas casassem "com macho". "A Ester falava para mim a dizer: eu quero que as minhas filhas casem com americanos [nascidos nos EUA] que são corteses, que são educados. Porque eu era um grosso", diz, com os fiéis a rir.
"EU QUERO QUE AS MINHAS FILHAS CASEM COM MACHO. UM HOMEM QUE TEM QUE SER CABEÇA. ELES TÊM QUE SER CABEÇA. PORQUE SE ELES NÃO FOREM CABEÇA O CASAMENTO DELES ESTÁ FADADO AO FRACASSO", EXPLICOU.
"Não é isso que se ensina hoje. O que se ensina hoje é que você nunca vai ficar sujeita a um homem. Você não vai ficar sujeita a um homem. Tá bom, então vai ficar sujeita à infelicidade. Porque não existe família, não existe casamento, não existe felicidade, a mulher cabeça e o homem corpo. É fracasso. Tanto é que, deve ter mulher aqui que sabe o que estou a falar. Existem mulheres inteligentíssimas que não conseguem encontrar o cabeça. Verdade, sim ou não?"
Recorde-se que Edir Macedo declarou-se um grande apoiante do presidente Jair Bolsonaro e, no início do mês, abençoou-o no seu templo, pedindo aos fiéis que orassem.
A Igreja Universal tem denunciado, como direitos de autor, os vídeos que começaram a ser partilhados no Twitter a 23 de setembro -, muitos já foram eliminados.

Edir Macedo proibiu as filhas de fazerem faculdade porque elas não poderiam "servir a elas mesmas", e sim "servir a deus", até se casarem.

Segundo ele, se a mulher tiver "um grau de conhecimento elevado", ela será a cabeça do relacionamento, e não o marido.





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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Mulher de 73 anos dá à luz gémeas na Índia

Uma mulher de 73 anos, do estado indiano de Andhra Pradesh, deu à luz gémeas, depois de ter recorrido ao tratamento de fertilização in vitro.





















"A mãe e as bebés estão bem", disse à BBC Uma Sankar, uma das médicas que participou no parto que aconteceu esta quinta-feira.
Mangayamma Yaramati e o marido, de 82 anos, sempre quiseram ter filhos, mas só agora conseguiram conceber. Ter crianças era muito importante para o casal, que admitiu ter sido estigmatizado na aldeia onde vivem.
"Eles chamavam-me a senhora sem filhos", revelou a mulher, citada pela emissora britânica. O casal confessou que tentou ter filhos "muitas vezes" e que recorreu a diferentes médicos, mas só agora conseguiram resultados.
"Estamos muito felizes", disse o marido Sitarama Rajarao, algumas horas depois das gémeas terem nascido através de cesariana, o método normalmente usado neste tipo de casos raros. A mãe sofreu um ataque cardíaco repentino e está agora a ser tratada no hospital.

"Nada está nas nossas mãos. O que tiver de acontecer, acontece. Está tudo nas mãos de Deus", foi a resposta do pai, quando questionado sobre quem ficaria com as bebés se algo acontecesse ao casal, devido à sua idade avançada. 

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