Se você possui scripts JQuery ou plugins Ohxx Portugal

Total de visualizações de página

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Ria Formosa e a Maravilhosa Ilha da Fuzeta, Portugal

Uma delícia! Fantástico vídeo de uma das ilhas da Ria Formosa: a Ilha da Fuzeta. Com uma praia de grande beleza, situada no Parque Natural da Ria Formosa, com água de boa qualidade e muito rica em iodo. O acesso faz-se de barco, custando a viagem 1,60€. Chegando à Ilha, espera-nos um areal estreito, mas extenso, com algumas infraestruturas de apoio e uma zona concessionada. É relativamente calma, tal como as águas do mar.



Ria Formosa e a Maravilhosa Ilha da Fuzeta Vídeo de: Maximilian Xavier



Ria Formosa

O Parque Natural da Ria Formosa é uma das mais bonitas riquezas naturais do Algarve, tanto pela variedade dos seus habitats como pela sua singular localização. Recentemente eleita como uma 7 das Maravilhas Naturais de Portugal, é umas das três áreas protegidas que definitivamente deve visitar nas suas férias no Algarve. Trata-se de um sistema lagunar único e em permanente mudança, devido ao contínuo movimento de ventos, correntes e marés.

Classificada como Parque Natural desde 1987, tem uma área de cerca de 18 mil hectares, e encontra-se protegida do mar por cinco ilhas-barreira e duas penínsulas: a península do Ancão (que inclui a incorrectamente chamada Ilha de Faro), a Ilha da Barreta ou Deserta, como é mais conhecida, a Ilha da Culatra (onde se encontra o Farol de Sta Maria), a Ilha da Armona, a Ilha de Tavira, a Ilha de Cabanas e, finalmente, a Península de Cacela. Toda esta área de enorme beleza estende-se ao longo de 60 km da costa sotavento do Algarve pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António desde a península do Ancão até à praia da Manta Rota.

É uma zona húmida de reconhecido valor internacional e um habitat privilegiado para a fauna e flora, fazendo, por isso, parte da Lista de Sítios da Convenção de Ramsar(zonas húmidas de importância internacional). Nesta área protegida podemos encontrar ambientes como ilhas-barreira, sapais, bancos de areia e de vasa, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas, ambiente que, desde logo, indicia uma grande diversidade de flora e de fauna.



Um paraíso para os amantes da observação de aves, a Ria Formosa é considerada uma IBA, i.e. uma área importante para as aves, integrando também parte da Rede Natura 2000. Trata-se de umas das áreas mais importantes para as aves aquáticas em Portugal, albergando regularmente mais de 20.000 aves aquáticas durante a época de invernada. Toda a zona é muito importante como zona de passagem para as migrações entre o Norte da Europa e África e abriga espécies raras em Portugal como o Camão ou Galinha-sultana, ave eleita como símbolo do Parque Natural, e outras espécies emblemáticas como os coloridos flamingos.

Neste Parque Natural podemos encontrar outros animais em vias de extinção como é o caso do camaleão que, em Portugal, existe apenas nos pinhais e dunas do litoral Sotavento do Algarve, e do cavalo-marinho que deu origem a uma das maiores comunidades da espécie do mundo.

A Ria Formosa é também conhecida pelo Cão de Água Português, uma raça algarvia ameaçada de extinção.

De salientar ainda a sua importância económica devido à grande diversidade de peixe, marisco e bivalves, sustentada pela zona de reprodução e alimentação destes animais – um autêntico viveiro natural. É na Ria Formosa que os mariscadores cultivam moluscos bivalves como a amêijoa e a ostra, produzindo-se aqui cerca de 80% do total de exportação do país.

Muito mais há para conhecer nesta área protegida, rica tanto em valores naturais como em valores culturais. Não perca, por isso, a oportunidade de partir à sua descoberta quer seja através de um passeio pedestre, uma visita guiada, um passeio de bicicleta ou através de um passeio de barco, até mesmo de caiaque.





Assista Grátis, Clique na foto - Cherie (Sid Knox, Elegant Angel) 2017.


Grupo denuncia mulher que vendia passagens aéreas abaixo do valor de mercado no RS e não entregava bilhetes

Inicialmente, Tânia Beatriz Victória Campos ganhava a confiança das vítimas entregando os bilhetes. Depois, no entanto, ela desapareceu sem dar explicações. Advogados alegam que houve "perda de controle" dos embarques.



Mais de cem pessoas alegam terem sido enganadas por uma mulher que vendia passagens aéreas por valores abaixo de mercado no Rio Grande do Sul. Inicialmente, para ganhar a confiança das vítimas, Tânia Beatriz Victória Campos entregava os bilhetes, conforme o combinado. Porém, entre dezembro de 2017 e janeiro deste ano, ela desapareceu, sem dar explicações.

O esquema, no entanto, foi denunciado em reportagem produzida pela RBS TV e exibida no Fantástico deste domingo (18).

Um grupo que diz ter sido enganado por Tânia relatou que ela alegava que as passagens eram adquiridas com milhas ou eram provenientes de sobras de bilhetes negociados por agências de viagens. Um engenheiro, que preferiu não se identificar, pretendia viajar para Portugal com nove parentes. Contudo, perdeu R$ 19 mil no golpe, entre os valores repassados à golpista e reservas de hotéis.

"Foi bem triste chegar em casa e ver todo mundo de mala pronta, só esperando o localizador e o localizador não vem nunca", lembra.

Os clientes contam que ficaram sabendo das ofertas por intermédio de amigos. Era uma propaganda boca-a-boca. No começo, as passagens eram entregues, o que seria uma tática para conquistá-los.

"No momento inicial ela entrega os pacotes, ela entrega o serviço", diz uma vítima.

Para conseguir essas passagens, Tânia dava calotes em agências de viagens, de quem adquiria os bilhetes e não pagava a conta. Depois, essas passagens eram repassadas aos clientes, por valores abaixo do mercado, justamente para ganhar a confiança deles.

"Esse último bilhete foi de Porto Alegre a Roma, duas pessoas, no qual nós emitimos por R$ 13 mil. Depois, em contato com o passageiro, nós descobrimos que ele pagou R$ 4 mil", afirma a funcionária de uma agência de viagens de São Paulo.

O bilhete para a Roma foi comprado pelo empresário Mauro Lui, de Porto Alegre. Ele conta que precisou de uma passagem de última hora e, seguindo recomendação de amigos, fechou negócio com Tânia. Depois de ter embarcado, disse que por pouco não ficou sem a passagem de volta, porque a agência paulista percebeu que havia sido enganada.





























"A companhia viu que eu não tinha culpa. Ela ia nos trancar lá, e aí, ela, olha, nós não te trancamos lá porque a gente viu que tu não tinha culpa nenhuma, era uma falcatrua", relata o empresário.

Outra agência, de Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul, alega ter sido lesada em R$ 45 mil.

Nos áudios enviados via WhatsApp aos clientes, as ofertas eram tentadoras. Chegavam a um terço do valor de mercado.

"Você sabe me dizer se alguém se interessa por passagem internacional? Hoje eu tô com valor de R$ 1,3 pra Europa e pros Estados Unidos", disse a golpista a uma cliente.

Depois, de uma só vez, ela deixou de honrar os compromissos e despareceu.

'Ela era muito atriz', diz uma das vítimas

Com pelo menos 10 antecedentes por estelionato, segundo registros da Polícia Civil, Tânia teria um perfil típico de estelionatários, de acordo com o relato das vítimas.

"O que está por trás disso é uma pessoa que tem uma lábia muito boa, muito convincente", afirma uma mulher enganada no golpe.

As pessoas enganadas relatam que, antes de desaparecer, Tânia demonstrava sofrimento e até choro ao tentar se explicar.

"Ela alegava o tempo inteiro que estava doente, que ela ia enfartar. Ela era muito atriz", descreve uma vítima.

Em um dos áudios, a golpista alegou estar hospitalizada por ter sofrido um suposto derrame.

"Eu tô no hospital, eu tive um derrame. Tô tentando ver se consigo alta pelo menos pra ver se consigo liberar umas viagens", disse, aos prantos.


Vítimas buscaram a polícia

Cinco vítimas da golpista procuraram a delegacia do consumidor, em Porto Alegre, para prestar queixa na sexta-feira (16). Elas fazem parte de um grupo de WhatsApp que reúne mais de uma centena de pessoas enganadas. No grupo, dividem suas experiências e trocam informações sobre o possível paradeiro da suspeita.

A reportagem descobriu que ela está morando com o marido e as filhas em um condomínio no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde a família aparenta ter uma rotina normal. Ela foi filmada circulando de carro pela região.

Procurado pela equipe do Fantástico, o marido de Tânia, Ivan Martins David, em cuja conta as vítimas depositavam o dinheiro do golpe, chegou a aparecer para conversar com o repórter na portaria do condomínio, mas retirou-se rapidamente ao perceber a presença de um cinegrafista.

Em nota, a defesa de Tânia e Ivan alegou que ambos devolveram os valores das passagens a parte das vítimas e que, por causa do suposto aumento no preço das passagens, por causa da crise financeira, houve "perda de controle" dos embarques.






Assista Grátis, Clique na foto - Cherie (Sid Knox, Elegant Angel) 2017.


Casar de pijama? Sim, é a tendência do momento.

Porque as noivas não dispensam o conforto, mas querem estar lindas no dia do casamento.



As noivas millennials são irreverentes, apostando em batons alternativos e combinações arriscadas para o seu grande dia. Deixam de lado os sapatos super altos para dar lugar a sapatilhas ou botas, porque o mais importante é o conforto e a diversão. E o vestido? Longe estão os vestidos cheios de camadas, folhos e mangas em balão. As millennials preferem vestidos mais simples, naturais, que fluem no corpo, com detalhes românticos.

Para atender aos requisitos da simplicidade, beleza, conforto e diversão, a The Sleeper lançou vestidos de noiva que são, na verdade, pijamas. A The Sleeper nasceu em 2014, quando duas editoras ucranianas, Kate Zubarieva e Asya Varetsa, criaram camisolas e pijamas que se pudessem levar da cama para a rua. A ideia dos vestidos de noiva aconteceu quando receberam a mensagem de uma cliente que dizia precisar do vestido de seda, pois tinha um casamento daí a poucos meses. As noivas The Sleeper são minimalistas, gostam de silhuetas simples e despreocupadas.








Assista Grátis, Clique na foto - Cherie (Sid Knox, Elegant Angel) 2017.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Pornografia leva jovens a plásticas vaginais!

Brasil é o campeão mundial desta prática. 


























Anna, nome atribuído à jovem que não quis revelar a verdadeira identidade, contou à BBC que quis fazer uma cirurgia plástica à vagina aos 14 anos. 

"Não sei de onde tirei a ideia de que a minha vulva não era bonita o suficiente, que não tinha um bom aspeto", confessou a jovem. 

 A labioplastia, processo cirúrgico ao qual se submeteu, consiste num encurtamento ou remodelação dos lábios da vagina. Segundo a mesma fonte, Anna contou que pensou em recorrer à cirurgia depois de ter assistido a pornografia. Ao ver as vaginas das atrizes pornográficas, a jovem pensou que todas deveriam ser simétricas e perfeitas, não tendo nunca antes visto nenhuma que não a sua.



























Anna acabou por desistir da ideia. Contudo, esta prática é cada vez mais comum em meninas adolescentes. 

De acordo com uma pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o Brasil é o país onde mais ocorrem estes casos. O mesmo revela o número de 23155 destes procedimentos no passado ano de 2016. No entanto, os dados não são referentes a menores. 

No Reino Unido, por sua vez, foram registados mais de 200 casos, correspondendo 150 dos mesmos a menores de 15 anos, conforme divulgado pelo Sistema de Saúde Pública britânico (NHS). 

Já nos EUA, 560 menores recorreram a esta prática, segundo a Sociedade de Cirurgia Plástica Estética do país. 

Os médicos especialistas desaconselham vivamente este procedimento, sobretudo em menores cujo corpo ainda se encontra em desenvolvimento. 

Para além de Anna, a BBC entrevistou mais três adolescentes de uma escola inglesa que confessaram sentirem-se pressionadas com os padrões de beleza e imagens a que assistem na internet.






Assista Grátis, Clique na foto - Cherie (Sid Knox, Elegant Angel) 2017.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Em 4 anos de guerra, nunca senti medo como em Fortaleza”, relata imigrante sírio.

Imigrantes de países violentos ou em guerra civil falam sobre o medo que sentem ao andar nas ruas em Fortaleza.

Adicionar legendaO Ceará registrou 5.134 homicídios em 2017,
sendo 14 por dia (Foto: Arquivo/Tribuna do Ceará)
“Eu passei quatro anos na guerra e nunca colocaram uma arma na minha cabeça. Aqui, em dois meses eu já passei por isso”. É o que diz o imigrante sírio Samer Albadin, que se mudou para Fortaleza buscando refúgio da guerra civil que assola seu país. Mal sabia o que encontraria na capital cearense.

Albadin chegou a Fortaleza em 2014, e rapidamente percebeu que a cidade enfrenta um momento complicado na segurança pública. “Eu não me sinto seguro, acho que ninguém se sente seguro aqui. A gente precisa evitar lugares que sabemos que são mais perigosos, mas atualmente todo lugar é perigoso“, reflete.

Esse é um dos relatos que o Tribuna do Ceará ouviu de estrangeiros de países violentos ou sob conflito que fizeram de Fortaleza o seu lar. Por mais que os problemas de insegurança sejam diferentes em cada canto, as percepções de cada um mostram que Venezuela, México, Síria e Líbano não estão tão distantes de Fortaleza quando o assunto é violência.

Na última semana, a capital cearense ganhou repercussão mundial com a chacina no Bairro Cajazeiras. O caso jogou luz à crise na segurança pública do Ceará, onde houve 5.134 homicídios em 2017 – média de 14 por dia.

O que dizem os imigrantes

O libanês Tony Moussa veio para o Brasil em 2000. Viveu de perto o conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio, assim como agora encara a insegurança em Fortaleza.

“Aqui eu já fui assaltado e levei um tiro. Estava com um amigo no carro e o bandido pediu a chave. Meu amigo ficou nervoso e não conseguiu tirar a chave. O bandido disparou e pegou na minha perna”, lembra Moussa.

O imigrante se impressiona como o ato de roubar é indiscriminado no Ceará. “Não tínhamos problemas com assaltos, o nosso problema era a guerra. Assalto com arma de fogo é raríssimo, lá o ladrão sente vergonha de roubar, é um ato vergonhoso. Isso é pela cultura que temos no Líbano”, explica.

Moussa lamenta o momento que Fortaleza atravessa. “Infelizmente existem riscos na cidade, é um lugar maravilhoso e devia ter mais segurança. Entre os dois países, o risco maior é aqui. Lá você sabia as áreas onde não podia andar, aqui não tem bairros protegidos. Eu gosto muito de morar em aqui, torço pra essa nuvem passar”.
Ônibus incendiado em Fortaleza em ataque de facções, em 2017 (FOTO: Reprodução)

A mexicana Gabriela Madero conta que vê similaridade em casos como a Chacina das Cajazeiras, onde 14 pessoas foram mortas, com o que acontece nos últimos anos em seu país, dominado pelos cartéis do tráfico. “No México é parecido com esse incidente que aconteceu agora. Bandos que acabam matando pessoas inocentes em um lugar. São coisas extramente ruins que o governo não pode deixar passar”, opina.

Mas mesmo no México ela não vê alguns riscos comuns em Fortaleza. “Aqui sei que não posso andar com meu celular na rua, lá ainda posso fazer isso”, compara Gabriela, lamentando que a insegurança faça parte da rotina em alguns países do continente.

“Todos os países têm problemas de insegurança, uns mais outros menos. Acredito que os brasileiros, como os latinos, possuem a insegurança naturalizada no dia a dia”, comenta.

Em Fortaleza, as delegacias também são alvo dos criminosos (FOTO: Dorian Girão)

O venezuelano Fabrício Perez acredita que segurança pública de Fortaleza se assemelha ao seu país, que vive forte violência devido à crise financeira que gerou inclusive escassez de alimentos. Porém, o imigrante ainda considera a capital cearense mais segura que Maracaibo, onde vivia.

“Aqui sinto mais tranquilidade. Na Venezuela, todo assalto é com arma de fogo. Sinto que o risco de perder a vida é maior lá”, compara Fabrício, que, porém, incorporou em Fortaleza uma vigilância que mantém em sua terra natal. “Não se pode baixar a guarda, nem aqui e nem lá”, revela. “Ninguém merece isso”, constata.

Hábitos alterados

O sírio Samer Albadin, que abre esta reportagem, também precisou mudar hábitos para se adaptar à dinâmica de Fortaleza. Quando chegou à cidade, ele foi informado sobre a insegurança, mas não imaginava que chegasse a tanto.

“Dois homens me pararam em uma moto e levaram meu celular. Lá nunca tive preocupação em andar na rua, ter que guardar relógio, anel e cordão. Mesmo na guerra isso não acontecia”, relata o imigrante, que depois de quatro anos em Fortaleza vê que o problema só piora. “A gente sente que a insegurança cresceu”.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Como a Finlândia passou da fome ao melhor país do mundo

Há 150 anos, morreram 250 mil pessoas de fome no país do Norte da Europa que é agora o mais seguro, mais feliz e melhor governado no mundo!



























Não há receitas iguais para todos os países, mas a forma como a Finlândia se tornou num dos países mais ricos, seguros e socialmente justos do mundo pode dar umas pistas.

Há 150 anos, em 1868, o cenário estava muito longe de ser este. Nessa altura, um inverno rigoroso e uma primavera fria destruíram grande parte das colheitas e cerca de 250 mil pessoas – 10 por cento da população – morreram de fome.


























O governo - na altura o Grão-Ducado da Finlândia fazia parte do Império da Rússia - reagiu tardiamente e não tinha dinheiro suficiente para comprar cereais nos mercados europeus. Quando o governo decidiu finalmente pedir dinheiro emprestado ao poderoso Banco Rothschild, os preços dos cereais tinham subido e o pouco que foi comprado mal chegou às populações devido à falta de estradas.

De lá para cá muito mudou e determinados factores determinaram a subida do país no ranking da felicidade.



























Cooperação imposta pelo clima

O clima frio do país leva a que os finlandeses tenham-se habituado a trabalho árduo para sobreviver e a contar com a ajuda dos vizinhos. "Isso tornou os finlandeses seguros de si mesmos, privados, mas também muito dependentes de uma sociedade altamente cooperativa, onde as regras são importantes. É cultural, mas tornou-se parte da química", explica o ex-embaixador norte-americano na Finlândia, Bruce Oreck, ao The Guardian.


Resiliência finlandesa, o sisu

A capacidade de persistir perante as adversidades quaisquer que sejam as consequências é uma característica finlandesa que terá permitido que, durante a Segunda Guerra Mundial, 350 mil soldados tenham conseguido derrotar forças soviéticas três vezes maiores em duas batalhas distintas.




























Sociedade em classes 

Durante os 600 anos em que os finlandeses foram governados pelos suecos e depois pelos russos, o país era quase todo pobre. "Não existiram servos, nem ricos aristocratas. A sociedade não era hierárquica", explica o escritor histórico finlandês, Sirpa Kähkönen.

Os sociólogos confirmam. "As diferenças entre classes na Finlândia têm sido menores do que o normal. Até a revolução industrial aqui foi modesta: não havia Rothschilds, nem Fords, nem mesmo uma dinastia como os suecos Wallenbergs [uma das mais poderosas famílias suecas]", diz a socióloga Riitta Jallinoja.

Não fogem aos impostos

A dever cívico é celebrado no país e todos os anos se publica a lista dos impostos pagos pelos 10.000 maiores empresas e contribuintes com maiores rendimentos. A actual mais bem sucedida empresa finlandesa, o estúdio de videojogos Supercell, criador do jogos de estratégia Clash of Clans, pagou 800 milhões de euros em impostos, em 2016.



























Educação gratuita

Grande parte do êxito do país reside na educação que é grátis e universal desde 1866. Na altura, um decreto obrigou que quem quisesse casar-se pela igreja teria de passar um exame de leitura e o incentivo. Cerca de 30 por cento dos chefes de Estado do país foram professores universitários. "O movimento que criou a Finlândia como nação – a sua língua, historia, literatura, música, símbolos e folclore – eram académicos. O líder nacionalista era professor de filosofia", explica o filósofo finlandês ilkka Niiniluoto.

Igualdade de género

A ideia errada de que as mulheres teriam menores capacidades comparadas com os homens não ganhou raízes na Finlândia. Para além de ser um dos primeiros países do mundo em que elas puderam votar, em 1906, no primeiro parlamento nacional, 10 por cento dos deputados eram mulheres. A percentagem reside agora nos 42 por cento.


























Coligações governamentais

O desenvolvimento económico é atribuído à série de coligações que governaram o país e realizaram grandes investimentos em infra-estruturas e indústria. Nos anos 90, reconheceram a importância das novas tecnologias e investiram quase 4 por cento do PIB em investigação e desenvolvimento – um recorde na época.

Confiança nas instituições

O crescimento económico sustentado aumentou a confiança nas instituições. O serviço nacional de saúde funciona – o país gasta 31 por cento do PIB em saúde -, e quase não existe crime organizado ou corrupção.




terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O que está por trás dos 300 sismos dos Açores da madrugada de segunda feira

Centenas de sismos que abalaram os Açores esta segunda tiveram origem na mesma falha que destruiu São Miguel há quase 500 anos. É improvável que haja consequências graves, mas a crise pode durar meses.






















Os cerca de 300 sismos que têm abalado o arquipélago dos Açores desde esta madrugada têm origem na mesma falha tectónica que, em 1522, originou um terramoto catastrófico que destruiu quase toda a população de Vila Franca do Campo, alterou completamente a ocupação da ilha de São Miguel e originou um tsunami, explicou ao Observador Miguel Miranda, presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. A hipótese de tsunami “é real” na atualidade, mas pouco provável: “Os sismos teriam de ter uma magnitude muito superior e serem registados muito mais à superfície para que isso aconteça”, explicou o geofísico.




















As crises sísmicas nos Açores não são estranhas, ressalva Miguel Miranda: “A atividade sísmica não é homogénea e não acontece em intervalos regulares de tempo. Muitas vezes agrupam-se no tempo e no espaço”, disse ao Observador. É isso que tem acontecido nos Açores, tão habituada à elevada atividade sísmica que o mapa sísmico do IPMA nem sequer tem representados os terramotos de magnitude inferior a 2,0 na escala de Richter no arquipélago. De acordo com dados do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, desde as 23h47 deste domingo que foram registados “mais de três centenas de sismos” com magnitude entre 1,9 e 3,2 na escala de Richter.

A atividade sísmica nos Açores é considerada alta, não só porque há uma grande frequência de tremores de terra no arquipélago, como também por causa da magnitude desses sismos. Tudo isso acontece porque os Açores ficam mesmo por cima dos limites de três placas tectónicas: a euroasiática, a norte-americana e a africana. Entre a placa euroasiática e a placa norte-americana existe um limite divergente, isto é, elas afastam-se uma da outra e permitem que o magma que existe por debaixo da crosta terrestre suba para a renovar: é na zona desse afastamento, chamada Dorsal Médio-Atlântica, que a crosta terrestre se recicla, provocando uma grande atividade sísmica e vulcânica.


O Ponto Triplo e a falha do Congro

Enquanto isso acontece, a uma velocidade de cinco milímetros por ano, a placa africana vai-se afastando da placa norte-americana mas chocando e raspando contra a placa euroasiática. No entanto, não há consenso sobre o que acontece exatamente entre a placa africana e as outras duas para afetar tanto a sismologia açoriana: “Não parece haver uma estrutura tectónica única e bem definida entre a Eurásia e a África na região dos Açores, mas antes uma larga faixa de acomodação de tensões entre essas duas placas“, explicou o geólogo José Madeira num estudo sobre a tectónica de placas associada a esse arquipélago. Certo é que são essas as tensões que têm provocado os sismos registados nas últimas horas: “Os sismos libertam energia mecânica, mas por vezes essa energia acumula-se noutros pontos, como numa transferência, e liberta-se mais tarde”, conta ao Observador o presidente do IPMA.

É desta interação entre três placas, chamada Ponto Triplo pelos cientistas, que nasceu a falha do Congro, que tem originado os sismos da madrugada desta segunda-feira. Essa falha atravessa a ilha de São Miguel desde leste de Santa Maria até à Crista Médio-Atlântica, uma cordilheira submarina a oeste das ilhas Graciosa e Faial. Em dias mais calmos, só esta falha é responsável por três a cinco pequenos sismos por dia, mas também já foi aqui que tiveram origem as últimas grandes crises sísmicas açorianas entre 1989 e a atualidade. Foi também aqui que se registou o segundo sismo mais catastrófico do país, apenas ultrapassado pelo terramoto de 1755: a subversão de Vila Franca.

A tectónica de placas associada aos Açores.




“Um grandíssimo e espantoso tremor de terra”

Na noite de 21 para 22 de outubro de 1522, um sismo de intensidade X (desastroso) na escala de Mercalli foi registado em Vila Franca do Campo, precisamente onde passa a falha do Congro. Gaspar Frutuoso, historiador nascido nesse ano, escreveu 70 anos mais tarde que “menos de duas horas ante manhã, estando o céu estrelado e claro, sem aparecer nuvem alguma, se sentiu em toda a ilha um grandíssimo e espantoso tremor de terra, durou por espaço d’um credo, em que parecia que os elementos, fogo, ar e água, pelejavam no centro d’ela, fazendo-a dar grandes abalos, com roncos e movimentos horrendos, como ondas de mar furioso, parecendo a todos os moradores da ilha, que se virava o centro d’ela para cima e que o céu caía”.

Em Monte do Rabaçal, nome dado á época a um monte sobranceiro a Vila Franca do Campo, a lama derrubou as casas, obstruiu os caminhos, destruiu as terras de cultivo e matou pelo menos três mil pessoas — muitas delas soterradas ao fugir de casa com receio das réplicas.

"Da ribeira para a parte do Oriente, onde estava a Vila, tudo foi assolado e os moradores todos quase mortos”, recorda o historiador.

Estudos feitos em 2006 pelo Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (CVARG) provaram que este sismo na falha do Congro teve epicentro a poucos quilómetros para noroeste da vila e que deve ter provocado o deslizamento de 6,75 milhões de metros cúbicos de detritos vindos do Monte do Rabaçal, hoje denominada Ribeira da Mãe d’Água. As terras devem ter-se deslocado a uma velocidade de três metros por segundo: foram demasiado rápidas para que a população pudesse fugir. Estima-se que os sobreviventes não tenham passado das sete dezenas.

[Reveja o vídeo sobre a placa africana que está a rachar Portugal]





É difícil repetir-se a tragédia

Miguel Miranda diz que dificilmente algo tão catastrófico pode acontecer desta vez nos Açores. O maior sismo registado nesta crise tinha magnitude 3,6 na escala de Richter e teve origem a 15 quilómetros de profundidade, nas vizinhanças do vulcão do Fogo: “Para que algo tão grave acontecesse, e para que um tsunami pudesse ameaçar os Açores, era preciso um sismo com uma magnitude muito superior e com origem numa profundidade muito mais superficial”, explica o presidente do IPMA.

Esta não é a primeira vez que se regista um número anormal de sismos de pequena magnitude no arquipélago dos Açores. Em setembro de 2016, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informou que “assistiu-se a um incremento no número de eventos que, quando têm uma magnitude um pouco superior ou se situam mais próximo de zonas habitadas, acabam por ser sentidos pela população” desde finais de agosto daquele ano. Esses sismos tinham magnitude semelhantes, mas apenas três deles foram sentidos pela população porque tiveram origem junto à costa: ao longo daquele mês, outros sismos foram registados, mas “os epicentros foram mais distantes do litoral e a população não os sente”, explicou Teresa Ferreira, presidente do CIVISA. Outras crises sísmicas foram registadas dez anos antes, em 2005 e em 2007.