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sexta-feira, 13 de abril de 2018

SEXTA-FEIRA 13, conheça a origem do mito desse dia infame!

Ordem dos Cavaleiros Templários

Após a condenação dos Cavaleiros na França e a dissolução oficial da Ordem, jogando os Templários na obscuridade e forçando a crianção de uma Sociedade Secreta destinada a proteger os cavaleiros da perseguição da Igreja.



O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos Cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques Demolay havia ido a França para o funeral de uma Princesa da casa Real Francesa e havia levado consigo poucos homens, sendo esses todos nobres. Na madrugada de 13 de outubro (uma sexta-feira, de onde se originou a história de sexta-feira 13 ser um dia infame) Jacques DeMolay, juntamente a seus amigos, foram capturados e lançados nas masmorras pelo chefe real Guilherme de Nogaret.

A partir de então, todas as posses dos Templários foram sendo confiscadas pelo tesouro francês, enquanto os castelos, propriedades e armas fora da França foram anexados aos Cavaleiros Hospitalários. A partir de 1307, os Templários estavam oficialmente extintos, com aviso para serem capturados e julgados (e condenados) se forem vistos. Seria o fim da Ordem?


Os Caminhos Templários

Com a Ordem desmoronando, os segredos iniciáticos guardados pelos Templários tiveram de cair na clandestinidade, sendo divididos de maneira mais ou menos caótica, de acordo com as oportunidades e possibilidades que cada grupo em cada país conseguiu encontrar. Os quatro caminhos mais conhecidos desta transmissão de conhecimentos foram:

1) A criação da Ordem dos “Cavaleiros de Cristo” em Portugal e suas ramificações na Espanha. Esta Ordem nos é muito importante porque dela surgirão a Escola de Sagre e, consequentemente, o “descobrimento” do Brasil pelo Grão Mestre Cabral, em 1500.

2) Havia um grupo de templários liderados por Pierre D´Aumont, sucessor não oficial de Jacques deMolay, que deu origem ao Rito da Estrita Observância, na Alemanha e Escandinávia, e mais tarde ainda daria origem ao Rito escocês Retificado a às Ordens Martinistas.

3) Na França, os cavaleiros passaram a ser liderados por Jean Mare Larmenius (este documento de transição está guardado no Mark Mason´s Hall, em Londres) e

4) Na Escócia, a fundação da Ordem Real da Escócia e da proteção aos Templários foragidos por meio das Guildas de Maçons e construtores escoceses, especialmente em Bath, Bristol e York. A rota escocesa está associada a Robert de Bruce (aquele do filme Coração Valente) e coloca a Família St. Clair e a Capela de Rosslyn como figuras centrais da Maçonaria Templária.


A batalha de BannockBurn

A Batalha de Bannockburn (23-24 de junho de 1314) foi travada entre forças da Inglaterra e da Escócia, resultando em vitória significativa para esta última, no âmbito das Guerras de Independência Escocesa. Todos os relatos e lendas contam que os escoceses haviam sido auxiliados por poderosos e treinados guerreiros, que mudaram o curso da batalha e os auxiliaram a derrotar as forças inglesas. Estes guerreiros possuíam a pele queimada de sol e longas barbas, em contraste gritante aos branquelos escoceces.

O exército inglês, de cerca de 25 000 homens, comandado por Eduardo II da Inglaterra, foi interceptado no vau de Bannockburn (riacho Bannock Burn, afluente do rio Forth) por um contingente escocês de cerca de 9000 soldados, sob o comando de Robert Bruce. Aos primeiros embates do dia 23, relativamente modestos, seguiu-se um grande confronto no dia seguinte. O resultado pode ser atribuído à desastrada disposição das forças inglesas, entre dois riachos e em solo pantanoso. Eduardo II retirou-se do campo e fugiu de volta à Inglaterra.

A vitória escocesa foi completa e, embora o reconhecimento inglês da independência da Escócia ainda tardasse mais de 10 anos (1328), ajudou Robert Bruce a restabelecer um Estado soberano escocês.

Depois de 1318, todos os grandes proprietários escoceses tiveram que decidir quais propriedades manteriam e jurar fidelidade ao rei apropriado – se quisessem ter suas terras escocesas, teriam que abandonar as propriedades na Inglaterra – ou o contrário. Nesse ano o Parlamento escocês passou um decreto segundo o qual se o rei morresse sem filhos, seu neto Robert Stewart seria seu sucessor – mas nasceu-lhe um outro filho, David II Bruce, em 1324.

A “Declaração de Arbroath” em 1320, reafirmação da independência da Escócia composta por seu chanceler Bernard de Linton, e uma missão a Avignon, persuadiram afinal o papa João XXII a reconhecê-lo como o rei da Escócia em 1322. A declaração é conhecida também como a primeira carta de direito de uma nação, tendo inspirado a Revolução Francesa (guarde bem esta correlação, ela aparecerá mais vezes!).


Pierre D´Aumont

A história francesa associada com as Terras altas e Aberdeen, que retrata a fundação da abadia de St. George, conta que o Grão mestre Templário de auvergne, Pierre D´Aumont, fugiu para a escócia em 1307, acompanhado por 2 comandantes e 5 marechais de campo, atracando na Ilha de Mull, onde se disfarçaram de maçons operativos na Guilda de Mull. Como o disfarce local dependia do fato de serem vistos como construtores, eles se denominaram “Maçons-livres” e adaptaram seus rituais templários para fazer uso simbólico das ferramentas de um ofício de maçom. Em outras partes da Europa, cavaleiros acabaram se mesclando aos lenhadores franceses e carvoeiros italianos, dando origem à mui respeitosa Ordem da Carbonária, onde os bons primos se reúnem.

Os templários ingleses se mudaram para Aberdeen em 1361, e dali a Guilda de “construtores” se espalhou pela Europa. Antes da perseguição francesa, os Templários já tinham grande contato com os artesões e construtores, que os acompanhavam em suas jornadas com a função de construir templos, barracos e fortalezas por onde se estabelecessem. A correlação entre os monges guerreiros e os construtores de abadias já vinha de longa data. Como a perseguição católica se estendeu apenas para os guerreiros, deixando os construtores com a opção de continuarem seus trabalhos, uma maneira simples que os Templários encontraram foi a de, com a ajuda de seus antigos artesões serventes, mesclarem-se a estes novos “pedreiros-livres” (livres porque a partir de 1314 não estavam mais subordinados a nenhuma ordem militar/religiosa).

É importante frisar que, como o rei Inglês Edward II estava negociando com a Igreja por conta de seu casamento com Isabel (da França), ele foi obrigado a aceitar a bula papal que condenava os Templários, mas fez corpo mole por tempo suficiente para que os cavaleiros pudessem desaparecer no anonimato. Em 1309, uma comissão católica chegou à Londres e insistiu para que os Templários fossem presos, levando-os a julgamento. Existem documentos censurando os xerifes de York por terem deixado os templários “vagando por toda a área”.


Relação Templários/Igreja

Aqui começamos a falar da relação entre Templários e a Igreja.

Os Templários surgiram em 1118, com o suposto objetivo de proteger os lugares santos do Cristianismo. Foram guerreiros militares, foram monges e foram construtores.

Nove anos depois de sua criação (1127) a Igreja passou a apoiar a Ordem e fez dela um de seus braços.

Centenas de Construções Góticas foram feitas por esses Cavaleiros, que é um dos motivos que fazem com que muitos acreditem que os Cavaleiros Templários eram a Maçonaria da Idade Média.


Mas então os Templários eram mesmo Maçons?

Não, não eram. Ambas as Ordens existiram independentemente e não existem motivos para acharmos que eram a mesma Ordem.

No entanto, como muitas pessoas acreditam se tratar do mesmo grupo, surgem questões que não deveriam ser feitas – mas que são – por se basearem nessas histórias.



Por exemplo…

Os Templários foram uma Ordem abraçada e apoiada pela Igreja e muitas obras da Igreja foram feitas por eles. A partir daí, pegam essas questões e se perguntam “como a Igreja, que apoiava os Templários, veio a condenar a Maçonaria, séculos depois??”

Perceba que essa pergunta só seria possível se estivéssemos falando da mesma Ordem e, historicamente, todos soubessem disso. Digo isso porque, se tivesse sido a mesma Ordem, mas essa informação fosse um segredo, como poderíamos culpar a Igreja por apoiar e depois atacar a mesma instituição, se ninguém soubesse que se tratava da mesma instituição?

Com relação a Maçonaria, muitos maçons defendem que os Templários eram os Maçons devido aos rituais da Ordem, que tem referências Templárias. No entanto, as referências Templárias foram adicionadas a Ordem depois, já que essas não existiam nos primeiros Rituais da Maçonaria Moderna.

Houve sim uma relação entre os Templários e a Maçonaria, na época da Idade Média, mas, isso não influenciou os Rituais, que só foram feitos no século XVIII.

Poderíamos discutir muito sobre as teorias que falam de uma tradição templária que teria sido levada adiante pela maçonaria mas, independente da conclusão que você tire disso, é preciso ficar claro que, o que temos hoje, na Maçonaria, com relação ao Templarismo, entrou na Ordem como uma referência feita as tradições antigas (como a maioria das referências que temos nos Rituais da Ordem).

Lembrando que isso não impede que todas elas sejam estudadas. Insisto sempre que não se deve deixar de estudar um tema, e todas as vertentes dele, só porque você já tem um parecer final sobre o assunto.

Estudar outros pontos de vista, na pior das hipóteses, lhe permite entender como outros grupos entendem aquela questão. Sendo que, sempre existe a chance de novas informações lhe fazerem repensar as conclusões que você tinha, anteriormente.

O problema com o estudo sobre os Templários é que muitas das Teorias são desenvolvidas partindo de uma interpretação dos materiais que se tem acesso. Ou seja, é comum que os mais céticos deem seu parecer pragmático e descartem todos os mitos e teorias como algo irrelevante.


Filosofia da Época

Apesar de toda a repressão da Igreja, e de isso ter gerado consequências graves, há de se considerar que na “Idade das Trevas” houve um setor que se desenvolveu bem, que foi a Filosofia.

Umas das obras mais geniais do catolicismo, em minha opinião, está nessa época, que é a Suma Teológica de São Tomás de Aquino.

Além da questão cristã, ele fez livros de filosofia pura, como o “De Veritate” – traduzido por aqui como “Questões Discutidas Acerca da Verdade” – que se trata de uma obra belíssima onde ele disserta sobre a questão: “É possível conhecer?” – e traz ali uma conclusão que deveria ser obrigatória para todos os membros que esperam se tornar membros de uma Ordem Iniciática.

Muita coisa da Filosofia (como Aristóteles) também ficou preservada graças aos filósofos dessa época que utilizavam desses estudos, por exemplo.

Uma vez assisti uma palestra em que o palestrante dissertava sobre o poder da Igreja na Idade Média (Baixa). Era um pouco radical e tratava a Igreja como um empreendimento que chega em um determinado nível e, buscando a ascensão, precisa investir em áreas que antes não faziam parte dos planos. Para tanto, precisaria de uma filosofia que justificasse as doutrinas do catolicismo perante as demais e, em virtude disso, teria incentivado o desenvolvimento da Filosofia Cristã..

Em parte eu concordo, mas não é justo e nem verdadeiro resumir toda a Filosofia dessa época como um simples braço da Igreja para fundamentar sua religião. Até porque, ela nem precisava disso, a esse nível, nessa época.

Porém, independente se a Igreja fez proveito disso, ou não, isso não afetou a filosofia da Idade Média em si. Esta continuava cumprindo o seu papel de filosofia, buscando uma premissa filosófica e desenvolvendo suas ideias a partir dela. Seu caminho nunca foi tentar justificar a bíblia ou a Igreja através de uma filosofia.



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