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sábado, 29 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
Bolsonaro vai recorrer da decisão que absolveu o homem que o esfaqueou durante a campanha eleitoral
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, declarou na sexta-feira que vai recorrer da decisão que absolveu o homem que confessou tê-lo esfaqueado em setembro passado, quando era ainda candidato a chefe de Estado.
"Estou a tomar as providências jurídicas do que posso fazer para recorrer. Normalmente o Ministério Público pode recorrer também, vou entrar em contacto com o meu advogado", disse Bolsonaro aos jornalistas, ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília.
"Sabemos que o circo está armado. Tentaram me assassinar, sim. Eu tenho a convicção de quem foi, mas não posso falar, porque não quero também fazer o pré-julgamento de ninguém", declarou ainda o chefe de Estado, citado pela imprensa brasileira.
Adélio Bispo de Oliveira, que em setembro esfaqueou o então candidato presidencial e atual chefe de Estado brasileiro, foi absolvido por ser considerado inimputável, mas foi-lhe determinada a manutenção do internamento, foi anunciado na sexta-feira.
"Os exames de corpo de delito realizados por médicos legistas e peritos judiciais evidenciaram as gravíssimas lesões causadas pela facada, que quase levaram a vítima a óbito. Contudo, por se tratar de réu inimputável, ao invés de uma sentença condenatória, o Código de Processo Penal impõe, nesta hipótese, a absolvição imprópria do réu e a imposição de medida de segurança de internamento", diz o comunicado da justiça Federal de Minas Gerais.
O juiz federal Bruno Savino, da 3.ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, determinou que Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do ataque, não pode ser punido criminalmente, mantendo o seu internamento provisório na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul.Segundo o magistrado, as perícias médicas concluíram que Adélio Bispo "é portador de transtorno delirante persistente".
Jair Bolsonaro mostrou-se preocupado com as consequências de Adélio Bispo de Oliveira ter sido considerado inimputável devido a transtornos mentais.
"A partir deste momento, se não houver recurso e for concluído, caso o Adélio queira dizer quem é que lhe pagou para me tentar assassinar, não terá mais valor jurídico, porque ele é maluco",argumentou.
O suspeito respondia pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo político" com base no artigo 20.º da Lei de Segurança Nacional do Brasil e, caso não fosse considerado inimputável, a sua pena de prisão poderia atingir os 20 anos.
O atentado ocorreu durante um ato eleitoral na cidade brasileira de Juiz de Fora, no dia 06 de setembro, quando Adélio Bispo de Oliveira, fazendo-se passar de apoiante de Bolsonaro, esfaqueou o candidato no abdómen.
Segundo a acusação, o objetivo do atacante era o de excluir a vítima da disputa eleitoral. Nos depoimentos, Adélio Bispo revelou que a ideia de atentar contra a vida do candidato surgiu quando soube, pelos jornais, que Jair Bolsonaro iria a Juiz de Fora.
Bolsonaro ficou mais de três semanas internado no hospital Albert Einstein, na cidade brasileira de São Paulo, e foi internado novamente no dia 27 de janeiro para ser sujeito a uma cirurgia de retirada de bolsa de colostomia, que possuía desde o esfaqueamento.
Lusa
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segunda-feira, 10 de junho de 2019
Ator brasileiro de 22 anos e os pais morrem baleados. Sogro é suspeito
O ator brasileiro Rafael Miguel, de 22 anos, morreu no domingo na zona sul de São Paulo, Brasil, depois de ser baleado. Os pais de Rafael Miguel também foram assassinados, avança a imprensa brasileira, que refere que as mortes foram confirmadas pela STB, emissora para a qual o ator trabalhou no mais recente "remake" da telenovela Chiquititas.
A Veja cita mesmo o relatório da ocorrência feito pelas autoridades, que refere que o pai da namorada do ator, Paulo Cupertino Matias, foi o responsável pelas mortes.
Segundo a mesma fonte, Rafael Miguel e os pais ter-se-ão deslocado a casa da namorada do jovem para conversarem com a família sobre a relação entre os dois. “Rafael, acompanhado de seus pais, foi até a casa da namorada de 18 anos conversar com o pai dela sobre o namoro. Eles foram recebidos pela jovem e sua mãe. Por volta das 13:55, o comerciante Paulo Cupertino Matias, de 48 anos, chegou ao local armado e atirou nas três vítimas, que estavam no portão da casa. As vítimas morreram no local e o autor fugiu”.
Fontes próximas da família garantem que os homicídios foram motivados por ciúmes do pai da namorada do ator, que era controlador e obrigava a filha a permanecer em casa, não aceitando que esta tivesse qualquer relação.
terça-feira, 4 de junho de 2019
O gigantesco 'mar de lixo' no Caribe com plástico, animais mortos e até corpos
Latas, potes, talheres de plástico, roupas velhas, seringas e até animais mortos...
Essa é a cena típica de qualquer lixeira. Mas esta não uma lixeira qualquer.
Trata-se de uma ilha de lixo que flutua no Mar do Caribe, entre as costas de Honduras e Guatemala, um camada de objetos descartados que periodicamente chega às praias e que, ultimamente, tornou-se uma fonte de tensão nas relações bilaterais entre os dois países.
Embora não seja um fenômeno novo, ele é desconhecido de grande parte da comunidade internacional. Até por isso, as imagens do "mar de lixo" no norte de Honduras viralizaram nas redes sociais nas últimas semanas.
A fotógrafa britânica Caroline Power publicou várias fotos que mostravam as águas próximas à ilha turística de Roatán, cobertas de uma massa de detritos de todos os tipos.
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segunda-feira, 3 de junho de 2019
Facebook quer lançar moeda digital. Já falou com o regulador
A maior rede social do mundo está a levar a sério os planos para lançar uma “criptomoeda” que permita aos utilizadores fazerem pagamentos entre si e comprarem produtos nas principais aplicações do grupo, incluindo o WhatsApp e o Instagram. Para tal, já iniciou conversações com o regulador norte-americano.
O presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) confirmou estar em “conversações muito preliminares” com responsáveis do Facebook sobre a ideia de lançar uma moeda digital, adianta o Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).
O plano de Mark Zuckerberg deverá ser o de lançar uma stablecoin, que é uma criptomoeda cujo valor está intrinsecamente ligado ao valor de uma divisa real, como o dólar. A ligação desta moeda, cujo nome poderá ser GlobalCoin, a instrumentos financeiros como futuros torna necessária a colaboração com a CFTC.
Para além desta comissão, o Facebook tem também contactado com outras autoridades, como bancos centrais, para perceber como poderá avançar com este projeto. Isto porque a maioria das autoridades do setor ainda não delineou as regulações concretas para este tipo de moeda.
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quarta-feira, 22 de maio de 2019
Portugal está a tornar-se na nova Miami para a "nata" brasileira
A expansão do mercado imobiliário e os incentivos fiscais estão a atrair um número crescente de brasileiros de rendimentos elevados para Portugal. A qualidade de vida e segurança, a dinâmica do país, mas também a possibilidade de fazer “um bom negócio” estão a motivar grandes investidores a atravessar o Atlântico. Os mercados de Lisboa e Porto são os preferidos para investir.
O empresário brasileiro Ricardo Bellino morou durante mais de uma década em Miami (EUA), mas decidiu mudar-se de armas e bagagens para Portugal. O multimilionário de 53 anos, que construiu fortuna em áreas como agência de modelos, comprou um imóvel no ano passado num resort exclusivo, localizado numa serra nos arredores de Lisboa, onde está a planear os seus próximos empreendimentos, conta a Bloomberg. Irá beneficiar de imposto de rendimento fixo de 20% e poderá ter direito a uma reforma isenta de impostos quando se aposentar.
"Foi uma oportunidade de viver num paraíso fiscal que não é uma ilha no Caribe", diz Bellino, citado pela publicação norte-americana. "Estamos na Europa, num país que passou por um renascimento nos últimos anos”, acrescentou.
Durante largas décadas os brasileiros mais abastados preferiam Miami, considerada uma cidade jovem e moderna, e que contrastava com um Portugal mais melancólico. Mas o cenário mudou, e o país está a tornar-se na “nova Miami”.
Brasileiros investem “em força”
Os investidores brasileiros estão a chegar e a “avançar depressa” no mercado. Os franceses lideraram as compras de imóveis em Portugal em 2017, respondendo por 29% do investimento em imóveis por estrangeiros, segundo a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Os brasileiros ficaram em segundo, com uma parcela de 19% do investimento estrangeiro total, seguidos pelos britânicos, com 11%, e por chineses, com 9%, como o idealista/news noticiou.
“Há cerca de três anos que tenho chamado a atenção para o potencial que o investidor brasileiro representa para o imobiliário nacional, que se acentuou não só com a instabilidade política, social e económica que o Brasil atravessa, mas também com a eleição de Donald Trump nos EUA, que fez com que muitos brasileiros que haviaminvestido na Flórida, como é tradicional, procurassem alternativas seguras, como o imobiliário português”, dizia nessa altura Luís Lima, presidente da APEMIP.
O responsável explica agora que “estes brasileiros são completamente diferentes daqueles que vieram para Portugal no passado". "Pertencem a uma classe social mais elevada” e "estão a comprar casas em todo o lado", disse, citado pela Bloomberg.
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terça-feira, 21 de maio de 2019
Niki Lauda, lenda austríaca da Fórmula 1, morre aos 70 anos
A atitude mais comum de Niki Lauda durante os seus 70 anos de vida foi teimar. O austríaco, lenda da Fórmula 1, morreu nesta segunda-feira. Foi assim desde jovem, quando rompeu com a família para ser piloto. Já mais maduro, desafiou os prognósticos dos médicos e voltou às pistas seis semanas depois de um grave acidente. O austríaco enfrentou ainda dois transplantes de rim e um de pulmão, duas dissoluções de empresas, ganhou o campeonato mais disputado da história e virou tema de filme.
A biografia movimentada de Lauda começou e terminou em Viena. Da pacata capital austríaca saiu um rapaz dentuço, franzino e mau humorado, mas que mudaria a história da Fórmula 1. A categoria cresceu em interesse televisivo mundial em 1976 graças às disputas de Lauda com o inglês James Hunt. A rivalidade entre ambos foi o ponto de partida para as transmissões das corridas se transformarem em grandes atrações.
"Com profunda tristeza, anunciamos que nosso amado Niki morreu pacificamente com sua família na segunda-feira, 20 de maio de 2019. Suas realizações únicas como atleta e empreendedor são e permanecerão inesquecíveis; seu incansável entusiasmo pela ação, sua franqueza e sua coragem permanecem um modelo e uma referência para todos nós. Era um marido amoroso e atencioso, pai e avô longe do público, que sentirá sua falta", informou a família em um comunicado nesta segunda-feira.
Nos últimos anos, ele vinha exercendo a função de presidente de honra da equipe Mercedes, que vem dominando a F-1 nos últimos anos. Lauda atuava quase como um conselheiro de luxo, próximo ao chefe de equipe Toto Wolff e aos pilotos, o inglês Lewis Hamilton e o finlandês Valtteri Bottas.
LENDA
Bem antes da fama e do reconhecimento, o jovem Andreas Nikolaus Lauda teve de derrotar a família. O futuro herdeiro de um avô investidor financeiro havia sido preparado para assumir os negócios. A vontade, porém, era outra. Ao decidir que seria piloto, causou a ira familiar e ouviu que não receberia um centavo para ajudar na carreira.
Lauda sempre foi teimoso e não teve medo. Pediu empréstimo para um banco para conseguir arcar as despesas nos primeiros anos de carreira e confiou que os com os bons resultados logo conseguiria devolver o valor. Deu certo. Aos 22 anos ele ganhou chance na Fórmula 1, onde o estilo detalhista no acerto dos carros e o estilo "careta" lhe ajudaram a conseguir resultados.
Em uma época em que ser piloto era sinônimo de festas, mulheres e badalação, o austríaco era o oposto. Lauda era sisudo, avesso à vida social e consolidou de vez a carreira em 1975. No cockpit da Ferrari, ganhou cinco provas e foi campeão do mundo aos 26 anos. No ano seguinte ele precisaria voltar a ser teimoso não para continuar a carreira, mas para seguir vivo.
A temporada de 1976 é mais lendária da história da Fórmula 1. O atual campeão Lauda viu surgir como adversário o inglês Hunt, da McLaren. O desafiante era ao contrário do austríaco: boêmio, fumante inveterado e conquistador de mulheres a ponto de transar com fãs no fundo dos boxes, o piloto contrastava com o austríaco em quase todos os aspectos.
O campeonato estava favorável a Lauda quando no chuvoso GP da Alemanha, em Nurburgring, a história mudou. O piloto perdeu o controle da Ferrari e bateu. O carro estava em chamas no meio da pista quando foi atingido por outro competidor. O impacto do segundo choque fez o capacete do austríaco voar para longe. A cabeça e o corpo dele ficaram expostos durante quase um minuto às chamas e à fumaça tóxica.
Lauda abriu os olhos dias depois, no hospital. Ele já havia recebido a extrema-unção de um padre, passado por dezenas de cirurgias e superado expectativas médicas apenas por estar vivo. Teimoso, como sempre, o austríaco encarou dezenas de torturantes sessões de limpeza respiratória. Os enfermeiros introduziam pela boca do piloto um tubo de ferro, que avançava pela garganta e esôfago até chegar aos pulmões, para sugar a fumaça ainda presa no órgão.
A situação de risco não lhe tirou das pistas. Seis semanas depois do acidente, Lauda desafiou o medo e estava de volta para o GP da Itália com o rosto enfaixado e aparência modificada. Séries de cirurgia e enxertos de pele na cabeça mudaram a face do austríaco, que perdeu o campeonato por apenas um ponto. Hunt se aproveitou do acidente do rival para pontuar e ser campeão. A épica temporada inspirou até o cinema. O filme Rush foi lançado em 2013.
Uma nova chance se abriria para Lauda no ano seguinte em 1977, quando foi campeão novamente. Após temporadas regulares em 1978 e 1979, ele decidiu de se aposentar. O adeus não durou muito tempo e dois anos depois, lá estava o austríaco de volta às pistas. Ele ainda teve a chance de se despedir com título, em 1984, no campeonato mais disputado da história. O austríaco foi campeão com apenas 0,5 ponto de vantagem sobre Alain Prost.
As participações derradeiras de Lauda na Fórmula 1 coincidiram com o início dele na aviação. O piloto comprou aeronaves e fundou duas companhias: Lauda Air e Niki. Ambas já fecharam as portas. O maior problema veio em 1991, quando um dos seus aviões caiu na Tailândia e causou a morte de 223 pessoas.
O persistente austríaco jamais se afastou da Fórmula 1. Foi dirigente da Ferrari, da Jaguar e por último, da Mercedes. Era presente constante nas corridas e comentarista de canais de televisão. Sempre caminhava pelo paddock com um boné vermelho, para esconder as cicatrizes na cabeça resultado do acidente de 1976.
A saúde, porém, continuou foi frágil. Lauda passou por dois transplantes de rim. No último deles, há dez anos, ganhou o órgão da esposa, Birgit Wetzinger, antiga comissária de voo de uma das suas companhias aéreas. Os problemas não tiraram do ex-piloto a vontade de viajar pelo mundo junto com a Fórmula 1. A cada etapa ele estava lá, nos boxes da Mercedes, a principal potência atual da categoria.
Lauda com a esposa, Birgit, que lhe doou um rim para transplante em 2008 |
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