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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Discurso de Bolsonaro na ONU foi "delirante" e confrangedor

O Presidente brasileiro afirmou que o seu Governo é vítima de uma "campanha brutal de desinformação sobre a Amazónia.


O discurso do Presidente do Brasil proferido esta terça-feira na abertura da 75.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi considerado "delirante" e confrangedor por organizações de defesa da preservação ambiental.


"Jair Bolsonaro não fugiu do 'script' [roteiro] no discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas" e num discurso "calculadamente delirante, o Presidente mais uma vez expôs o país de forma constrangedora e confirmou as preocupações dos investidores internacionais que pensam em sair do Brasil", disse em comunicado o Observatório do Clima, coligação de organizações criada para discutir as mudanças climáticas no Brasil em 2001.

A organização acrescentou que "ao negar simultaneamente a crise ambiental e a pandemia, o Presidente dá a trilha sonora para o desinvestimento e o cancelamento de acordos comerciais no momento crítico de recuperação económica pós-covid".

O Presidente brasileiro afirmou hoje na abertura dos debates da Assembleia Geral da ONU que o seu Governo é vítima de uma "campanha brutal de desinformação sobre a Amazónia.

"O agronegócio [do Brasil] continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazónia e o Pantanal", afirmou Bolsonaro.

Sobre a crítica feita por Bolsonaro, que no passado chamou as organizações não-governamentais (ONG) que lutam em defesa da preservação da Amazónia de "cancro", o Observatório do Clima observou que Bolsonaro "acusou um conluio inexistente entre ONG e potências estrangeiras contra o país, mas, ao negar a realidade e não apresentar nenhum plano para os problemas".

Mantendo a linha de colocar em causa as declarações feitas pelo líder brasileiro, Gabriela Yamaguchi, diretora de Sociedade Engajada do WWF-Brasil, considerou que o Bolsonaro proferiu "uma fala cheia de acusações infundadas e ilações sem base científica que não condiz com o papel de um chefe de Estado".

"Declarar que as queimadas são provocadas pelos "índios e caboclos"[povos tradicionais descendentes de indígenas e brancos] é a maior delas. Como um roteiro de ficção, o discurso uniu palavras-chaves das Nações Unidas com descrições de um Brasil que não existiu em 2020, em completo negacionismo da realidade do país e desconsiderando a urgência e seriedade dos desafios globais que o secretário-geral da ONU, António Guterres, tão bem descreveu", acrescentou.

Já a organização Greenpeace avaliou, também em comunicado, que Governo brasileiro está sob intensa pressão nacional e internacional devido aos números crescentes de queimadas e ações de desflorestamento, e diante de um país que arde em chamas, o discurso negacionista do Presidente "envergonha o povo brasileiro e isola o Brasil do mundo".

A ONG lembrou que o país sul-americano detém uma parcela considerável da maior floresta tropical do mundo, a Amazónia, em seu território, além da maior planície interior inundável do mundo, o Pantanal, mas não está a preservar estes biomas que sofrem com queimadas e ações de desflorestação nos últimos anos.

"Desde que Bolsonaro assumiu o poder, o país está se transformando em líder mundial em desflorestamento. Segundo dados da Global Forest Watch, o Brasil foi o país que mais destruiu suas florestas em 2019, e este ano, os dados mostram que a situação só se agravou. Os efeitos de tamanha destruição se refletem nas queimadas que estão avançando sobre alguns dos principais biomas brasileiros, como o Pantanal, a Amazónia e o Cerrado", frisou a Greenpeace.

A organização ambientalista concluiu que "o mundo está vendo, horrorizado", a forma como o Governo brasileiro trata as florestas a partir do desmonte sistemático das estruturas e políticas públicas que promovem a proteção ambiental.

O Presidente do Brasil abriu hoje, como é tradicional, as intervenções de líderes na Assembleia Geral da ONU. Este ano, a organização multilateral celebra 75 anos e o encontro iniciado hoje, que tem a pandemia de covid-19 como pano de fundo, impediu a presença de todos os participantes, levando-a para o formato de videoconferências.


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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Empresário de Palmela encontrado morto e amarrado em lote de luxo em Troia

 Militares chegaram ao local e depararam-se com o cenário de crime. Polícia Judiciária está a investigar o caso.

Condomínio onde foi encontrado o corpo do empresário

Militares chegaram ao local e depararam-se com o cenário de crime. Polícia Judiciária está a investigar o caso.

Constantino Fernandes dos Santos, com cerca de 70 anos, foi encontrado morto por volta das 19h30 desta segunda-feira, num lote de casa de luxo, em Troia, no concelho de Grândola. O corpo estava amarrado.

O empresário, que tinha uma vida abastada, era frequentemente visto naquela zona onde levava uma vida de luxo. 

Ao Correio da Manhã, o filho confirmou a morte e disse acreditar ter-se tratado de um assalto. Abalado com a situação, refere que ainda não entrou em contacto com a Polícia Judiciária (PJ).

O alerta à GNR foi dado pelas 20h30. Quando os militares chegaram ao local depararam-se com o cenário de crime e acionaram de imediato a PJ.

Ao que o CM apurou, o homem foi encontrado num condomínio de luxo.




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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Virologista chinesa que fugiu para os EUA diz ter provas de que o coronavírus foi feito em laboratório

 Meng-Yan garante ainda que irá publicar as suas conclusões para que o mundo saiba a origem do novo coronavírus.


Li Meng-Yan, uma virologista chinesa que fugiu para os Estados Unidos após alegar que a China encobriu o surto de coronavírus, afirma ter provas de que o vírus foi desenvolvido em laboratório. 

A virologista tinha já afirmado que Pequim tentou calar quem tentasse dar o alarme quando o vírus surgiu em Wuhan e explica que fugiu em abril para os EUA por saber como "[a China] trata os denunciantes". 

Li Meng-Yan, ex-especialista da Escola de Saúde Pública de Hong Kong, alega que o seu supervisor primeiro pediu que investigasse um novo vírus "parecido com a SARS" em Wuhan a 31 de dezembro, mas posteriormente, os seus resultados foram abafados. 

Após ter reportado que os casos estavam a aumentando exponencialmente, a virologista foi mandada "ficar em silêncio e ter cuidado"."Teremos problemas e desapareceremos'", disse o supervisor a Li. 

A ex-especialista acredita que o vírus não veio de um mercado em Wuhan, como é amplamente afirmado, mas sim de um instituto de virologia de Wuhan.

Antes de fugir, e já com algumas conclusões de que o coronavírus era proveniente de um laboratório, a virologista afirma que apagaram todas as informações que tinha recolhido e pediram às pessoas para espalharem boatos sobre si.

"[Disseram] que eu sou uma mentirosa, que não sei de nada, que acabei de matar um hamster no laboratório", afirma Li sobre as mentiras que viu espalhadas sobre si. 

Meng-Yan garante ainda que irá publicar as suas conclusões para que o mundo saiba a origem do novo coronavírus.





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